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domingo, 28 de março de 2010

QUESTÕES DE ÉTICA


Semana passada saiu na veja uma reportagem sobre os formandos de Goiatuba (GO) em que os alunos tiveram o Sr. Delúbio Soares como Paraninfo, numa turma de Administração. O distinto personagem, que já é conhecido por todos e por isso dispensa comentários, aparece na foto junto dos apadrinhados. Mas para mim, o que me chamou mais a atenção foi o fato de que um dos alunos se justificou dizendo que o que contava era a festa e recursos em que ele se dispôs a dar para a turma, como quem diz, não temos nada com o passado dele, o que queremos é ganhar uma linda festa de formatura.


Aí eu fico pensando... será que isso só ocorre lá naqueles grotões ou tem muito a ver com muitos formandos? Não creio que esse fato seja tão incomum assim não, os alunos desavisadamente se preocupam mesmo é com as festas de formatura, principalmente por nossas bandas (infelizmente)!!!


Mas o outro caso que vi na tv na semana passada no programa humoristico CQC foi pior: Uma escola em Barueri ganhou uma linda TV com tela de LCD e tudo seria muito bacana se os alunos tivessem utilizado. O secretário da educação do município, em conivência com a diretora da escola, permitiu que a mesma fosse instalada na casa de um servidor da prefeitura (mas para a escola ela estava em conserto!!!). O que eles não contavam é que foi instalado internamente na televisão um dispositivo que permitia rastrear a mesma e até emitir um sinal sonoro. O prefeito da cidade, Sr. Rubens Furlan, ficou puto da vida quando ficou sabendo que o programa CQC estava fazendo uma matéria em que se pretendia exibir o fato num dos seus quadros. Ficou puto principalmente porque o digníssimo secretário era (é) irmão dele.


Esse prefeito moveu uma ação contra a emissora do programa CQC para proibir a exibição do fato. Ganhou num primeiro momento, mas o programa foi ao ar depois, com autorização judicial e aí é que todo o Brasil pode ver como são corruptos nossos governantes. Meus amigos, a Ética anda sumida nesse país!


Essa notícia foi contada na revista Veja dessa semana, por J.R. Guzzo.


Leia um trecho:(abre aspas)

"Uma contribuição impecável para o entendimento dessas realidades, e outras mais, acaba de ser oferecida ao público pelo programa Custe o que Custar, da Rede Bandeirantes, que na semana passada levou ao ar uma reportagem mostrando, do começo ao fim, o que aconteceu com um televisor com tela de LCD doado pela emissora à prefeitura de Barueri, nas vizinhanças de São Paulo. Foi o mais perfeito desastre, como é regra em doações feitas ao governo – mas, nesse caso, um desastre comprovado passo a passo, com imagens filmadas, declarações gravadas e todas as provas materiais com as quais um promotor público poderia sonhar ao oferecer uma denúncia. O televisor foi doado para utilização na rede escolar do município, no último mês de dezembro; na ocasião, o secretário municipal da Educação garantiu que seria imediatamente encaminhado a uma das escolas sob a sua responsabilidade. O que realmente aconteceu, ao fim e ao cabo, é que o aparelho passou praticamente esse tempo todo, de dezembro até meados de março, na casa de uma funcionária municipal.
Revelados os fatos, o prefeito Rubens Furlan, do PMDB, poderia ter dito, como até veio a dizer, que não tem meios de controlar os atos de cada um dos 10 000 funcionários do município e que iria tomar as providências devidas. Em vez disso, foi à Justiça para impedir que o CQC exibisse sua reportagem – o que conseguiu por alguns dias. Ou seja: o que realmente incomodava o prefeito não era o fato de terem passado a mão no televisor da escola debaixo do nariz do secretário da Educação, de quem aliás é irmão, e sim que o público ficasse sabendo da história. Além disso, foi ao ar com uma penosa descarga de insultos, grosserias e acusações ao programa, empregando o que antigamente se chamava palavreado "de carroceiro" e que hoje parece fazer parte da linguagem corrente no paço municipal de Barueri. O prefeito quis parecer indignado e valente; acabou sendo apenas cômico."

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