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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ALÔ MACANUDO!

Na década de 80 era comum no Brasil inteiro os carros portarem grandes antenas, chamadas "Maria-Mole". Eram antenas de rádio-cidadão, aparelhos que permitiam gratuitamente a comunicação entre as pessoas de uma mesma cidade ou até de outros países ou estados.
Toda a conversa era através de códigos. Macanudo, por exemplo, quer dizer amigo. Nessa época Pitangui era cheio de macanudos, todos portando grandes antenas nos carros. Nas casas, as estações eram fixas e precisavam também de antenas. As antenas direcionais. Não existia o telefone celular como hoje, e a graça era você fazer contato com pessoas desconhecidas de outros estados e locais e registrar o contato. Todos tinham um número identificador, e tinham de ser cadastrados oficialmente em órgãos específicos. O meu, por exemplo, era PX4-3754. O primeiro 4, refere-se à região 4, de Minas Gerais. Os contatos eram aleatórios e dependiam da irradiação solar. Tinha momentos que era bom para falar com o Nordeste, outra hora com o sul, Argentina por exemplo. O bacana era fazer contato, registrar a ocorrência e depois trocar postais ou qualquer outro tipo de correspondência, jornais, fotos, tudo pelo correio.
Vejam alguns códigos usados: "break-break" - quer dizer, alô alguém na escuta, responda por favor;
aparato = rádio; bigode e batom = falar pessoalmente; dois metros planos = ir dormir; QRH = desligar; macaco preto = telefone; pé de borracha = carro; suco de vaca = leite; tubarão = estação poderosa, potente; suco de urubu = café; câmbio espada = falar demais; QSO = conversa; QRL = desligado.
Em Pitangui, os macanudos mais frequentes eram o Mano Caldas, Agostinho (Dr.); Cleber despachante; e muitos outros.

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